Encontro 09

Rua do Príncipe esquina com a  Rua Padre Carlos

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Nova Casa Sofia


A Rua Padre Carlos, antiga Schulstrasse (Rua da Escola), leva esse nome em homenagem a Carlos Boegershausen, primeiro vigário de Joinville. Vindo da Alemanha em 1857, o Padre Carlos foi uma figura importantíssima em Joinville, tanto nas questões ligadas à igreja, mas especialmente como educador - ofício que empreendeu com afinco por décadas. Sua escola, mais tarde transformada em Prefeitura Municipal, ficava situada nesta rua e foi demolida para a abertura da Avenida Juscelino Kubitschek. 


No outro lado da rua, na esquina oeste, impõe-se o prédio do antigo Clube Joinville, agora Nova Casa Sofia. Construído em 1913, era sede de encontros sociais e culturais dos cidadãos luso-brasileiros, como ficaram conhecidos os não-descendentes de alemães. Além de bailes, carnaval e reuniões políticas, o clube possuía uma ampla biblioteca e sala de jogos. Na década de 1960, fundiu-se com o Tênis Clube Boa Vista e, juntos, deram origem ao Joinville Tênis Clube. O edifício, construído por Francisco Nicodemus, é tombado como patrimônio cultural catarinense.


Prédio Eclético


Na esquina seguinte, com a Rua Jacob Richlin, o edifício Colon, prédio em dois pavimentos com marquise em concreto em toda sua extensão que reforça sua horizontalidade. Como outros da mesma rua, chanfra a esquina e cria um volume destacado mais alto. A platibanda com seu friso e capeamento com telhas cerâmicas capa-e-canal e suas grades de madeira torneada da bandeira da porta de acesso ao pavimento superior, assim como os balaústres da escada revelam uma influência da arquitetura hispânica que se convencionou chamar de estilo californiano, estando muito em voga nos anos 1940 e 1950.


Seguimos agora pela Alameda Brüstlein, inicialmente uma alameda que dava acesso à Maison Joinville. Já teve diversos usos e desenhos como via para veículos e jardim. No meio da via, o busto da Princesa Dona Francisca foi esculpido por Fritz Alt, sendo a sua primeira obra pública, inaugurada em 1926.


Prédio Modernista


Um pouco antes deste ponto, na esquina com a Rua Três de Maio, avista-se o prédio da Caixa Econômica Federal. O prédio modernista da Caixa se utiliza do recurso de criar um grande volume formado por brises-soleils que são elementos verticais que produzem sombra e permitem a ventilação, seguindo o princípio funcionalista do movimento. A esquina em que o prédio se localiza está orientada para as faces norte e oeste, onde a incidência solar é mais forte. Por estar localizado na inflexão da rua, este terreno tem um ângulo agudo na esquina.


O projeto estabelece o alinhamento para o térreo seguindo o alinhamento do início da rua e o alinhamento do piso superior e dos brises seguindo o alinhamento do final da rua. Com isso, cria-se um amplo espaço público protegido e sombreado. Além disso, o desenho com diversas alturas e espessuras dos brises cria um efeito de ondas na fachada que muito contribui para sua qualidade estética.


Na esquina com a Rua Marinho Lobo, o edifício que outrora foi a casa da família Hagemann também é tombado como patrimônio histórico de Santa Catarina. Foi construído em 1919 por Alberto Nicodemus. A Sra. Jutta Hagemann, ex-moradora da casa, dizia que morava “na divisa do Brasil com a Alemanha”. A memória alude ao fato de que, majoritariamente, os descendentes de portugueses moravam daquele ponto ao Sul, ao passo que os descendentes de alemães estavam mais concentrados para o Norte.


Trata-se de um prédio eclético de uso misto – comercial no térreo e residencial no pavimento superior. Também apresenta um ângulo agudo na esquina o que foi resolvido com a construção de uma varanda que serve de acesso ao andar superior. Esta varanda, posteriormente foi incorporada à loja, mas ainda é perceptível nas suas três aberturas voltadas para a Rua Marinho Lobo, uma das quais fechadas com alvenaria e as outras duas com esquadrias metálicas. As aberturas combinam vergas de arco pleno no acesso da esquina e em arco abatido nas demais aberturas do térreo. No piso superior as aberturas centrais são em verga reta e as demais em arco de três centros, sendo que na Rua do Príncipe existe uma pequena sacada sustentada por três mísulas. Apresenta-se profusamente decorada com molduras nas aberturas, frisos e dentículos. No centro de cada platibanda, ocorre um corpo mais elevado com frisos verticais no centro e perfil curvo voltado para cima com globos nas extremidades. Pináculos ornam cada cunhal do prédio. 


O destaque deste prédio fica por conta do primoroso trabalho das portas e janelas com uma rica composição de linhas retas, curvas, diversos tamanhos de caixilhos e tipos de vidro, coloridos e incolores.



 

Pharmácia Vieira


No caminho para o próximo e último encontro, observe no lado esquerdo, no número 685, a antiga Pharmácia Vieira, estabelecimento comercial de Sérgio Vieira, construído em 1920. Junto com a Minancora, de Eduardo Augusto Gonçalves, e o estabelecimento de Hugo Delitsch, completava o rol de farmácias da Rua do Príncipe. 


Este prédio térreo eclético, em verdade dois unidos por uma cimalha comum, apresentam uma composição clássica e simétrica considerando um eixo vertical no centro das portas de acesso e frontões. Horizontalmente a fachada é tripartida em embasamento, corpo e coroamento. O embasamento é o pequeno sóculo. O corpo é definido por três pilastras, duas nas extremidades e uma quase ao centro do conjunto. As pilastras se compõem de base, fuste e capitel, neste caso de inspiração jônica com suas pequenas volutas. O coroamento se divide em cimalha e platibanda. A cimalha – que unifica o conjunto consta de arquitrave, friso e cornija com dentículos. Pequenas mísulas e ornamentos marcam o ritmo da fachada. A platibanda é cega com frontões curvos ao centro, tendo no módulo da esquerda a inscrição Pharmacia Vieira 1920 e no da direita um ornamento com volutas. Na direita, as aberturas são em verga reta com bandeira e festões na parte superior, enquanto na esquerda tem uma verga de desenho particular como um acortinado.


PARA IR ALÉM


Na Rua Padre Carlos, na esquina com a Avenida JK, encontra-se a casa de Arnaldo Moreira Douat, ex-prefeito de Joinville e ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina. O edifício é tombado pelo município.


Mais à frente, na mesma direção, é possível observar a torre do Corpo de Bombeiros Voluntários, que abriga também o Museu Nacional dos Bombeiros Voluntários.


Sob a catedral, encontra-se a loja matriz da rede Milium, que hoje conta com mais de 70 estabelecimentos em Santa Catarina e no Paraná.




Encontro 09

Rua Do Príncipe 600, Centro, Joinville - Santa Catarina, 89201-000, Brazil

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